quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Militares massacram partidários de Mursi

O governo egípcio decretou ontem estado de emergência nacional depois da morte de pelo menos 280 pessoas durante a dispersão dos manifestantes que estavam mobilizados há semanas no Cairo para exigir o retorno ao poder do presidente deposto Mohamed Mursi. As autoridades indicaram que 235 civis e 43 policiais tinham morrido em todo o país. Mas o registro é, provavelmente, muito mais elevado. Um jornalista da Agência France-Presse contabilizou 124 corpos apenas nas proximidades da Praça Rabaa al-Adawiya, quartel-general dos manifestantes pró-Mursi no Cairo, onde o Ministério da Saúde indicou 61 mortos. A Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, afirma que a repressão deixou 2.200 mortos e mais de 10 mil feridos. O banho de sangue provocou uma crise governamental, com a renúncia do vice-presidente Mohamed ElBaradei, e foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por países ocidentais e muçulmanos. Em um hospital improvisado em uma tenda, os médicos mantinham um ritmo frenético e abandonavam os casos mais críticos para atender os feridos com mais chances de sobreviver. Apesar da quantidade de mortos, o primeiro-ministro Hazem Beblawi afirmou que a polícia havia agido com "toda moderação" durante dispersão dos partidários de Mursi.

Nenhum comentário: